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- Modelos estratégicos na regeneração da ACRRU do Porto: na defesa da identidade urbanaPublication . Bexiga, Euclides Rodrigues; Fernandes, José GomesA presente dissertação analisa os “Modelos Estratégicos na Reabilitação da ACRRU do Porto. Na defesa da Identidade Urbana”. Centra-se na reabilitação e regeneração da Área Critica de Recuperação e Reconversão Urbanística do Porto (ACRRU), constituída pelas 8 (oito) Áreas de Reabilitação Urbana, (ARU), entre as quais o Centro Histórico, Património Cultural da Humanidade | Património Mundial da Unesco desde Dezembro de 1996. Analisa as políticas e modelos estratégicos de intervenção usados na reabilitação da ACRRU, na defesa da cidade histórica, sua paisagem, seu território humanizado e seu património intangível (dos saberes, sotaques, pregões, romarias,…), no sentido da salvaguarda do “Património Urbano” e respetiva identidade, na resolução dos problemas e paradigmas inerentes à reabilitação e regeneração urbana. A reabilitação e regeneração do património passou a ter grande importância, primeiro a nível internacional e depois nacional, através do apoio de vários organismos ministeriais criados pelo poder central, expressamente com o objetivo de apoiar a reabilitação, associada a muita legislação tanto do poder central como local no sentido de enquadrar e direcionar as ações a tomar nas operações a efetuar nas áreas degradadas “da cidade”, com suas políticas aplicadas a modelos estratégicos. O desenvolvimento de teorias e princípios subjacentes à salvaguarda do património reveste-se de especial interesse para as orientações integradas a nível nacional e internacional dos processos das operações de reabilitação, direcionando as políticas e modelos estratégicos a aplicar. Alguns modelos de intervenção estratégica na reabilitação urbana foram já aplicados no território objeto das intervenções operacionalizadas, enquadradas na realização do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), numa estratégia da autarquia de alargar o conceito da reabilitação urbana à totalidade do território do concelho, não a limitando somente ao Centro Histórico. São analisadas as políticas e estratégias usadas antes, durante e depois dos trabalhos do CRUARB e nas intervenções efetuadas pela Porto Vivo - SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, SA. As questões vão desde perceber como é que um espaço reabilitado pode ser tão adequado como um espaço pensado de raiz, evitando a segregação da sociedade local com preservação dos materiais existentes, a aplicação de novos materiais e linguagem arquitetónica ao nível da construção e conceção passando pelo tipo de relacionamento entre todos os intervenientes e protagonistas no processo da reabilitação fazendo prevalecer as suas ideias em simultâneo, enquadradas numa estratégia bem definida. A importância das politicas nos modelos estratégicos usados na reabilitação e preservação da cidade, nomeadamente na ACRRU, na humanização e preservação do seu património tangível e intangível, mantendo uma relação intercultural e socioeconómica, que todos beneficie, evitando a retirada dos habitantes locais, com perda de identidade local (gentrificação), numa cidade cada vez mais cosmopolita, acompanhando a globalidade, conseguindo com uma metodologia bem determinada, manter as origens e cultura, num repositório das ligações “memoriais” com as gerações precedentes. Os modelos podem favorecer ou contrariar o processo da identidade. A importância da demografia, envolvimento, intervenção de equipas pluridisciplinares e da população na partilha dos ideais de uma sociedade que se pretende mais ecológica, na procura de uma arquitetura sustentável sempre com o objetivo de manter a história da arquitetura do território intacta no tempo. O estudo, análise e caraterização dos modelos estratégicos aplicados permitiu concluir, entre outras questões que nos modelos estratégicos usados pela Porto Vivo - SRU, de base neocapitalista, são privilegiados os promotores, os grandes grupos económicos e os investidores enquanto no CRUARB o investimento foi público, reivindicando o direito à habitação e à cidade mantendo o seu caráter e identidade. O interesse no desenvolvimento dum modelo político estratégico considerando o conceito de Cidade Criativa e Smart City na nova escala espacial de intervenção, integrada em unidades de intervenção, aumentando a reflexão sobre a complexidade e dificuldade na gestão destes territórios. É feita uma pequena análise às causas dos fluxos turísticos, dada a sua conexão holística entre regeneração e identidade, numa perspetiva de sensibilização para os seus potenciais efeitos na cidade, confrontada com as medidas aplicadas em 6 (seis) cidades europeias; Barcelona, Veneza, Amsterdão, Copenhaga, Berlim e Paris.A dissertação fornece algumas orientações na proposta para um 4.º modelo estratégico, no sentido de melhorar as políticas, estratégias e modelos usados na dicotomia regeneração | identidade urbana ajudando a dinamizar e a melhor equilibrar as futuras operações de reabilitação e regeneração urbana evitando sempre que possível a substituição da população autóctone. Propõe a ocupação dos alojamentos reabilitados, devolutos por ex-residentes que queiram voltar e maior rigor na aplicação das teorias internacionais sobre reabilitação, evitando o “fachadismo” e a eventual introdução de tipologias com funções diferentes das existentes, sem menosprezar a legislação afeta em termos de higiene e segurança, conforto térmico, acústico e funcionalidade, partilhada pelas novas habitações, em benefício do modo de habitar, da identidade urbana e valor patrimonial, sempre coadjuvado por diagnósticos partilhados por equipas pluridisciplinares. É apresentado o resultado do trabalho de campo sobre o tipo de ocupação e função habitacional (familiar ou turística) das frações no quarteirão reabilitado das Cardosas e eixo Mouzinho/Flores de modo a aferir que tipo de função estão a exercer perante a manutenção do seu caráter e identidade, e com os objetivos definidos no seu documento estratégico, após a recente operação de reabilitação. Por fim são apresentadas propostas de medidas de proteção e controlo turístico tendo por base o pensamento critico e um diagnóstico retirado da literatura consultada. Pretende-se contribuir para proporcionar uma grande pré reflexão sobre o planeamento estratégico nas operações de reabilitação e regeneração urbana na procura duma solução de modelo estratégico integrado com os problemas e paradigmas das cidades.