Browsing by Author "Zacariotti, Marluce"
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- Mapeamento de novos arranjos jornalísticos alternativos às corporações de mídia em Portugal: características e modos de produçãoPublication . Zacariotti, Marluce; Sousa, Jorge PedroEste trabalho apresenta o relatório de pesquisa de pós-doutoramento: “Mapeamento de novos arranjos jornalísticos alternativos às corporações de mídia em Portugal: características e modos de produção”. O estudo busca identificar novos arranjos econômicos alternativos à mídia tradicional como forma de entender como esses veículos se financiam, como os jornalistas inseridos nestes arranjos sustentam a sua autonomia e como desenvolvem a produção jornalística. Utilizou-se de dados e metodologia de pesquisa similar, realizada no Brasil. pelo Centro de Pesquisa Comunicação e Trabalho (CPCT – ECA/USP), para desenvolver o estudo. A pesquisa é de cunho qualitativo, exploratória, tendo como técnicas de levantamento de dados questionário e entrevista. Identificaram-se vinte e seis arranjos, que foram categorizados em relação à autodenominação, tipo de publicação, tempo de atuação, forma de sustentação e modos de produção. Após o mapeamento os dados foram sistematizados e descritos. A maioria dos veículos encontrados assume-se independente, principalmente por não dependerem de recursos advindos de publicidade – doação/editais/bolsas/patrocínios (41,3%); espaço publicitário (19,6%); assinaturas e adesões como sócios (19,6%); parcerias e apoios (9,4%); prestações de serviços, cursos/eventos e loja (7,9%) e fontes não informadas (2%). Os arranjos dizem ter autonomia editorial; buscam pautar temas que a grande mídia invisibiliza e a produção é marcada por técnicas jornalísticas que permitem o aprofundamento do tema: reportagens/grandes reportagens; jornalismo de investigação; jornalismo de dados. Apesar de a maioria produzir veículos generalistas, temas de cultura e sociedade (minorias, questões ambientais e lusofonia) são priorizados, além de boa parte dos arranjos demonstrar marcas de regionalidade ao relacionar o local físico de atuação ou seu alcance; ao identificar o local no nome do veículo ou ao utilizar expressões com sentido de pertencimento. Foi possível traçar aproximações e distanciamentos entre o fazer jornalístico desses arranjos em Portugal e do que se convencionou chamar de mídia tradicional, além de entender um pouco mais sobre a configuração dos novos arranjos jornalísticos e as implicações no campo de trabalho do jornalista. Acreditamos que a contribuição deste estudo seja a sistematização de dados acerca dos arranjos alternativos em Portugal e para a discussão de problemáticas, como a precarização do trabalho, o processo de produção e o financiamento do jornalismo alternativo/independente no País.