Browsing by Author "Silva, Mariana Rocha da"
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- A influência dos hábitos orais, da respiração oral e da oclusão dentária nas alterações de fala em pré-escolaresPublication . Silva, Mariana Rocha da; Rocha, Joana; Vieira, Daniela OliveiraO bom funcionamento do Sistema Estomatognático (SE) prende-se com uma harmonia entre as funções e a forma das estruturas orofaciais, o que justifica a importância de estudar a influência dos hábitos orais não fisiológicos, da respiração e da oclusão dentária nas alterações de fala, particularmente em crianças em idade pré-escolar (Frias et al., 2004; Martinelli et al., 2010; Costa, 2012; Hitos et al., 2013). Assim os objetivos da presente investigação passaram por averiguar a relação entre fatores sociodemográficos (idade e sexo) e a presença de alterações de fala, hábitos orais não fisiológicos, da respiração oral e oclusão dentária; averiguar a relação entre fatores de risco e presença de hábitos orais não fisiológicos e alterações de fala; analisar a relação existente entre hábitos orais não fisiológicos, respiração oral e oclusão dentária na fala. Trata-se de um estudo quantitativo de carácter transversal, no qual foram avaliadas 62 crianças com idades compreendidas entre os 36 e os 78 meses. Para a recolha de dados, foram utilizados os intrumentos: Questionário Sociodemográfico e de Caracterização dos Hábitos Orais, Teste Fonético-Fonológico - Avaliação da Linguagem Pré-Escolar (TFF-ALPE) (Mendes et al., 2013) e Ficha de Caracterização da Respiração e Oclusão Dentária. O tratamento de dados foi realizado com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences, versão 23. Inicialmente procedeu-se à análise descritiva no sentido de caracterizar a amostra no que concerne aos dados sociodemográficos e, para o estudo correlacional, realizou-se o coeficiente de correlação de Spearman, para a comparação de dois grupos independentes o teste do qui-quadrado, bem como o teste de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para analisar diferenças entre os grupos. Nesta população os hábitos orais não fisiológicos estiveram presentem em 95,2% da amostra, a má oclusão dentária em 45,2%, a respiração oral em 6,5% e as alterações de fala em 40,3%. A má oclusão e as alterações de fala foram mais prevalentes no género feminino, enquanto os hábitos orais não fisiológicos e a respiração oral foram mais prevalentes no género masculino. No entanto, os hábitos orais não fisiológicos, a má oclusão e as alterações de fala foram mais prevalentes na faixa etária dos três anos enquanto a respiração oral foi entre os três e os quatro anos. Neste estudo, as alterações de fala foram também mais prevalentes na respiração nasal e quando a escolaridade dos progenitores era o Ensino Secundário ou Técnico-Profissional. Quanto às váriaveis em estudo, verificou-se que a idade influenciou as alterações de fala e a oclusão, enquanto o género influenciou a respiração. A oclusão e a onicofagia foram variavéis que tiveram impacto nas alterações de fala, ao contrário dos tipos de respiração. Também se encontraram diferenças estatísticas entre alguns hábitos e tipos de má oclusão, nomeadamente entre a presença dos hábitos de chupeta e de onicofagia com a MAP bilateral e com a oclusão, respetivamente. Verificou-se ainda uma influência da frequência da chupeta na MAP bilateral e da frequência da sucção digital na MCA e na MCA no incisivo direito. Quanto à duração dos hábitos, existiu uma influência do tempo de chupeta na MAA e na MAP bilateral, assim como entre o tempo de sucção digital e a MCA e a MCA no incisivo direito. Todavia, não se verificaram diferenças estatísticas entre a presença de hábitos orais e os tipos de respiração com a oclusão mas, elas existiram entre a respiração e o tempo do hábito de sucção da bochecha. Em suma, as alterações de fala não foram influenciadas pelos hábitos orais nem pelos tipos de respiração mas sim pela oclusão dentária.
- Interdisciplinaridade entre a terapia da fala e a ortodontia: percepção dos profissionaisPublication . Silva, Mariana Rocha da; Vieira, Daniela Oliveira; Manso, M. ConceiçãoO termo interdisciplinaridade proporciona o trabalho em equipa que naturalmente concebe o incremento dos conhecimentos específicos de cada área de trabalho, a articulações entre os profissionais de saúde e, por isso, melhores resultados para a reabilitação do utente. Desta forma, a presente investigação tem como principal objetivo clarificar a perceção da interdisciplinaridade entre profissionais de Terapia da Fala e de Medicina Dentária. Para isso, efetuou-se um estudo quantitativo e qualitativo de tipologia observacional, descritivo, e transversal, com uma amostra não-probabilística composta por 129 profissionais destas duas áreas da saúde, que atuam diretamente em Ortodontia. Recorreu-se a três questionários, os quais foram divulgados e disponibilizados online para que profissionais de Terapia da Fala e de Medicina Dentária, que atuassem diretamente com Ortodontia, pudessem responder. Neste estudo verificou-se que todos os Médicos Dentistas e Terapeutas da Fala inquiridos consideraram esta cooperação sempre relevante, mas a concretização prática da mesma ainda não é uma constante para todos. Grande parte dos inquiridos reconheceu benefícios na interdisciplinaridade para o utente e para a sua própria intervenção, reconhecendo a importância do Terapeuta da Fala durante e após o tratamento ortodôntico, inclusivamente referiram que a sua ausência induz a recidiva ortodôntica. A maioria dos participantes revelou não partilhar o mesmo espaço físico com profissionais de Medicina Dentária/Terapia da Fala e reconheceram esse aspeto como necessário para que esta interdisciplinaridade se consolidasse. Registou-se ainda a carência da disseminação da profissão do Terapeuta da Fala e da pertinência desta interdisciplinaridade perante profissionais da área da saúde e junto da comunidade. Em suma, comprovou-se que a interdisciplinaridade entre a Terapia da Fala e a Medicina Dentária ainda não é uma prática efetiva nos tratamentos odontológicos realizados em Portugal, o que consequentemente implica maior duração das intervenções e menor sucesso profissional. Sente-se, no entanto, o desejo dos profissionais para que a mesma seja promovida e realizada.
