Browsing by Author "Romano, Sandra Nodari"
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- A voz feminina nas reportagens televisivas: um estudo comparativo entre os jornais televisivos de Portugal e do Brasil a partir do Lugar de FalaPublication . Romano, Sandra Nodari; Sousa, Jorge Pedro; Cervi, Emerson UrizziEsta tese é uma análise comparativa sobre a visibilização das vozes das fontes femininas em dois telejornais: o Jornal das 8 (J8/Portugal) e o Jornal Nacional (JN/Brasil), ambos de maior audiência em cada país. O objetivo da pesquisa é analisar de que forma as mulheres, quando fontes, são tratadas no jornalismo situando este trabalho na interface entre jornalismo e gênero. A pergunta da investigação dá conta de responder de quais lugares sociais falam as fontes femininas visibilizadas pelas reportagens, por meio da coleta de dados quantitativos (da distinção entre frequência de tempo e conteúdo destas vozes), analisadas a partir das teorias de gênero e da epistemologia feminista. Os perfis das fontes femininas (a partir de faixa etária, traços fenotípicos, representatividade, profissão e lugar social) são categorizados (Bardin, 2016) nas edições dos telejornais de dias ordinários (dias comuns), de acordo com o conceito de mostra construída (Kayser, 1974) comparados a edições especiais do dia 8 de Março, Dia Internacional de Lutas das Mulheres. A hipótese que fundamenta esta tese confirma que mesmo em datas celebrativas, como o 8 de Março, as mulheres são tratadas pelos programas televisivos jornalísticos como fontes subalternas entrevistadas para reportagens relacionadas à feminilidade e à violência contra as mulheres, além de ser apresentadas de maneira estereotipada, quando simbolizam personagens que conseguem ocupar posições e cargos eminentemente masculinos do mercado de trabalho, tornando-se mulheres-exceção à regra. Os capítulos teóricos contextualizam o conceito de feminino passando pelos diversos feminismos (Beauvoir, 1967, 1980; Gonzalez, 1984; Vergé, 2020; Butler, 2003). Lugar de Fala (Collins, 2000) é reconstruído a partir de teorias para ser apresentado como sinônimo de visibilidade da pessoa que fala e que é ouvida e não como lugar de calamento. Tal conceito foi pesquisado em diversos trabalhos acadêmicos recentes que comprovam a necessidade de ser conceituado, já que foi observado o uso frequente de Lugar de Fala sem referência teórica. Ainda dentro das discussões teóricas, a sociologia do jornalismo (Navarro, Ross & Saitta, 2019), bem como as dinâmicas das redações, são base para a discussão do lugar das fontes (Schmitz, 2011) dentro do jornalismo de televisão, focando nas mulheres entrevistadas. Como resultado da análise comparativa (Wirth & Kolb, 2009), foi possível perceber um padrão nos dois programas: mulheres falam menos que homens quando fontes. Mas também foi encontrada uma discrepância: o J8 dá mais espaço para fontes e a diferença é menor entre homens e mulheres, enquanto o JN dá menos espaço para fontes e a diferença entre homens e mulheres, quando fontes, é bem maior. Outro resultado bastante relevante é que entre as fontes femininas há mais diversidade em termos fenotípicos no JN que no J8, o que fica bastante visível no tópico que apresenta as personas dos dois telejornais a partir de imagens.
