Browsing by Author "Fernandes, Joana Lima"
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- Capacidade para amar, saúde mental e bem-estar: que relações?Publication . Fernandes, Joana Lima; Fonte, CarlaExiste uma enorme importância em estudar o amor como uma das maiores expressões do comportamento humano pelo facto de este ser um sentimento universal, que nos une enquanto raça humana e pelo qual passamos uma vida a tentar decifrá-lo e principalmente a senti-lo de uma forma mais verdadeira. O amor e os relacionamentos são aspetos universais da vida humana e trazem um impacto significativo nas nossas vidas. Além disso, a qualidade do relacionamento também foi vinculada positivamente ao bem-estar (Carr et al., 2014). A capacidade para amar centra-se na competência de um indivíduo para se envolver num relacionamento romântico (Busch & Kapusta, 2017; Kapusta et al., 2018). Acredita-se que a capacidade para amar tem uma vantagem clínica como preditor do resultado terapêutico e o indicador de risco de um indivíduo (Margherita et al., 2018). Estes estudos mostraram diversas possibilidades e oportunidades para entender o amor como uma experiência fundamental para o ser humano (Surijah et al., 2020). A saúde mental é conceptualizada como um completo estado em que os indivíduos estão livres de psicopatologia e em flourishing (Keyes, 2002) com altos níveis de bem-estar emocional, psicológico e social. Neste sentido pensamos que este estudo se torna pertinente na medida em que tenta perceber qual a relação que a capacidade para amar, a saúde e o bem-estar têm e como é que essa relação pode ser benéfica para os indivíduos. Nesta dissertação o estudo apresentado que tem como principal objetivo analisar a relação entre a capacidade para amar e a saúde mental e o bem-estar em adultos. A análise dos dados foi realizada tendo por base uma amostra de 473 participantes, 98 do sexo masculino, os quais representam 20,7% da amostra total e 375 do sexo feminino, representativos de 79,3% do total de participantes. Nesta amostra, os participantes têm idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos. Os dados para este estudo foram recolhidos através da aplicação de um protocolo constituído pelos seguintes instrumentos: o Questionário Sociodemográfico, o Inventário da Capacidade para Amar (ICA-I) e a Escala Continuum de Saúde Mental (MHC-SF). Da análise dos resultados, concluiu-se que a capacidade para amar está globalmente associada à saúde mental e ao bem-estar, constatando-se que quanto mais elevada e presente está a capacidade para amar, maiores são também os níveis de bem-estar. Ainda relativamente à capacidade para amar, esta diminui à medida que a idade aumenta e é maior nos indivíduos solteiros, nos indivíduos com filhos e naqueles que apresentam maiores níveis de bem-estar psicológico. Outras das conclusões foram que os participantes que têm o ensino superior apresentam maiores níveis de bem-estar emocional, social e psicológico, que os indivíduos que não têm filhos apresentam níveis inferiores de bem-estar social, que o bem-estar social é maior quanta mais idade têm os sujeitos e que os indivíduos solteiros apresentam menores níveis deste bem-estar. Pode, portanto, concluir-se que este estudo vem reforçar a importância que existe na capacidade individual para amar, sendo que esta pode funcionar como um fator de proteção para a saúde mental e o bem-estar.