Browsing by Author "Costa, Ana Sofia Pinto da"
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- Evolução do consumo de antipsicóticos em Portugal entre 2013 e 2023Publication . Costa, Ana Sofia Pinto da; Carvalho, MárciaPortugal é o país da Europa com a segunda maior prevalência de doenças do foro psiquiátrico na população, sendo estas responsáveis por elevada morbilidade e impacto socioeconómico. Neste contexto, é essencial identificar e analisar os padrões de utilização de antipsicóticos em Portugal. Estes são medicamentos de primeira linha no tratamento de diversos transtornos mentais como esquizofrenia, transtorno bipolar e certos distúrbios de humor. Atuam no SNC para aliviar os sintomas da psicose como alucinações, delírios e pensamentos desorganizados. Este trabalho, que teve como objetivo geral aprofundar o conhecimento sobre a problemática do consumo de antipsicóticos na população portuguesa, encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte consiste numa breve revisão da literatura sobre os aspetos farmacológicos e toxicológicos dos fármacos antipsicóticos de primeira geração (ou típicos), bem como os de segunda geração (ou atípicos). Na segunda parte do trabalho, pretendeu-se analisar a evolução do consumo destes fármacos em Portugal entre 2013 e 2023. Para isso, foi realizado um levantamento na base de dados da Health Market Research (HMR) do número de embalagens de antipsicóticos dispensadas em farmácias comunitárias de Portugal nos anos em estudo. Para uma análise mais detalhada da evolução do consumo, os dados foram tratados e são apresentados com base na classificação dos antipsicóticos e por substância ativa. Os dados obtidos no presente estudo mostram que o número de embalagens de antipsicóticos dispensadas em Portugal aumentou ao longo dos anos considerados, com um crescimento de 76,6% entre 2013 e 2023. Contudo, houve uma redução de 34,1% no número de embalagens dispensadas de antipsicóticos típicos, enquanto os antipsicóticos atípicos registaram um aumento alarmante de 110,4%. Dentre os antipsicóticos atípicos, destaca-se a quetiapina como a substância ativa com maior número de embalagens dispensadas em Portugal (36,8%), seguida pela olanzapina (14,0%), risperidona (13,0%), amissulprida (7,1%), aripiprazol (3,5%), paliperidona (2,8%), tiaprida (2,7%), clozapina (2,6%), melperona (2,4%), zotepina (0,4%) e ziprasidona (0,3%). Entre os antipsicóticos típicos, o haloperidol foi o mais dispensado (5,5%), seguido pela ciamemazina (3,8%), sulpirida (1,8%), levomepromazina (1,1%), cloropromazina (0,9%), zuclopentixol (0,7%), flupentixol (0,2%) e pimozida (0,1%). Dado que a evolução do consumo de medicação antipsicótica está intimamente associada à prevalência de doenças mentais na população portuguesa, os estudos de monitorização de mercado são fundamentais, pois fornecem informações úteis para a formulação de políticas de saúde pública mais eficazes e auxiliam na implementação de programas de educação e sensibilização sobre a saúde mental e de sistemas de suporte. São também essenciais para a investigação, permitindo a condução de estudos e desenvolvimento de novas intervenções terapêuticas e estratégias de gestão mais eficazes e direcionadas na gestão destas doenças e do regime terapêutico.