Browsing by Author "Amorim, Daniela Alexandra Rocha"
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- A importância dos antibióticos aminoglicosídeos e os seus efeitos adversosPublication . Amorim, Daniela Alexandra Rocha; Sousa, João CarlosWaksman obteve a primeira molécula de aminoglicosídeos, a estreptomicina, em 1944, o que a torna pertencente a uma das classes mais antigas de antibióticos. Outras moléculas semelhantes, produzidas por microorganismos e/ou por processos semissintéticos, surgem nos anos seguintes. Na prática clínica atual, salientam-se cinco antibióticos que pertencem a esta classe: estreptomicina, tobramicina, gentamicina, netilmicina e amicacina. Os aminoglicosídeos, antibióticos constituídos por dois ou mais açúcares aminados unidos a um anel aminociclitol através de ligações glicosídicas, apresentando um grande número de radicais NH2 e OH, caracteriza-se pela sua natureza policatiónica. Embora detenham um grande espectro de ação, apresentem grande atividade para bactérias aeróbias de Gram negativo e atividade moderada contra bactérias aeróbias de Gram positivo, o mesmo não sucede contra bactérias anaeróbias estritas. Esta classe de antibióticos apresenta um grande espectro de ação antibacteriana e faz ligação ao ribossoma bacteriano, tendo como vantagens terapêuticas a sua atividade bactericida, sinergismo com outros antibióticos, especialmente β-lactâmicos, o seu efeito pós-antibiótico e uma farmacocinética consideravelmente previsível. Ainda assim, os aminoglicosídeos também são caracterizados pelo seu potencial de toxicidade. A ototoxicidade evidencia-se pela facilidade que estes têm em causar danos a nível vestibular e/ou coclear irreversível. A nefrotoxicidade, por seu lado, é dose dependente e, por norma, reversível. Para aumentar a probabilidade do sucesso terapêutico é fundamental a redução da ocorrência dos efeitos tóxicos relacionados com os aminoglicosídeos, assim como realização de estudos para compreensão dos distintos parâmetros farmacocinéticos.