Curado, Manuel2012-01-172012-01-172011Consciências. Porto. ISSN 1645-6564. 4 (2011) 131-139.1645-6564http://hdl.handle.net/10284/2393A vida humana parece procurar o Outro obsessivamente. Eis alguns exemplos desta obsessão: umas pessoas estão interessadas em conhecer a natureza através da ciência, isto é, em conhecer objectos que não foram feitos por elas próprias; outras pessoas interessam-se por seres sobrenaturais e organizam as suas vidas em clubes de interesses comuns chamados ‘religiões’; outras pessoas não parecem ter nada de interessante a fazer nas suas vidas privadas e dedicam-se a perscrutar as anomalias do mundo, as regiões entre a natureza e o sobrenatural; outras pessoas gostam muito de inventariar os contactos com hipotéticos seres inteligentes não humanos. Nenhuma destas actividades humanas realiza o interesse humano mais radical. A ciência, a religião e a curiosidade dos que procuram seres não humanos por esse universo fora são actividades menores da humanidade. Estas pessoas (cientistas, religiosos e curiosos) dobram a espinha e fazem uma vénia ao que eles próprios não criaram. Isto é uma degradação do humano. Não é possível pensar em nada tão indigno da humanidade quanto uma vida de crianças grandes que se entretêm com brinquedos, mesmo que esses brinquedos tenham sido feitos por Deus. Eis alguns argumentos para defender estas ideias.porAs savanas africanas do céu: a guerra infinita contra a fauna sobrenaturaljournal article