Correia, Alberto TeodoricoNunes, BrunoCanelas, Gisela Gonçalves2019-02-142019-02-142018-12-03http://hdl.handle.net/10284/7350Vivemos num mundo onde o consumo de fármacos é cada vez mais exacerbado para propósitos de saúde humana e na medicina veterinária, bem como na agricultura e aquacultura. As propriedades intrínsecas inerentes aos fármacos, sobretudo a sua baixa volatilidade e moderada hidrossolubilidade, tornam-se obstáculos à sua remoção pelas estações de tratamento de águas residuais, acabando os mesmos por se acumular no meio aquático. Além disto, os fármacos são continuadamente introduzidos no ambiente (pseudo-persistentes), são farmacologicamente potentes e, como agentes recalcitrantes, conservam a sua atividade no meio aquático, atuando em recetores evolutivamente conservados de espécies não-alvo. O grupo de fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são dos mais prescritos a nível mundial, e deste grupo destaca-se o diclofenac (DCF), um fármaco usado como analgésico, anti-inflamatório e antipirético. O elevado consumo deste último justifica o facto do mesmo ser encontrado com frequência no compartimento aquático. O DCF é libertado no meio ambiente com elevada frequência, podendo causar danos fisiológicos em organismos selvagens, e também colocar em risco o funcionamento equilibrado de cadeias tróficas. No presente trabalho foram analisados os efeitos ecotoxicológicos do DCF na espécie de poliqueta marinho Hediste diversicolor. Indivíduos da referida espécie foram expostos ao DCF num ensaio semi-estático do tipo crónico (28 dias), em concentrações ecologicamente relevantes (0,5, 1 e 2 μg/L). Foram depois quantificados biomarcadores de defesa anti-oxidante – catalase (CAT); de metabolismo de fase II - glutationa S-transferases (GSTs); e de peroxidação lipídica - substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). Os resultados deste trabalho demostram que o DCF não influenciou a atividade da CAT em organismos expostos, no entanto causou um aumento significativo na atividade das GSTs para as concentrações de 1 e 2 μg/L. Além disso a exposição ao DCF causou uma diminuição das TBARS em organismos expostos a todas as concentrações. Os resultados aqui obtidos sugerem que o DCF induziu um cenário de stress oxidativo na espécie Hediste diversicolor, embora os mecanismos de proteção ativados tenham prevenido danos membranares.Actually we live in a world where the use of pharmaceuticals for human health, veterinary medicine, agriculture and aquaculture purposes is increasingly exacerbated. The inherent properties of the pharmaceutical drugs, especially their volatility and solubility, become a barrier to their removal by wastewater treatment plants, which makes them to end up in aquatic environment. In addition, drugs are continuously thrown into the environment (pseudo-persistent), are pharmacologically potent and maintain their activity in the aquatic environment, since they are recalcitrant agents acting on evolutionarily conserved receptors of non-target species. Non steroids anti-inflammatory drugs (NSAIDs) are a group of pharmaceuticals heavily prescribed worldwide, in which DCF stands out for its analgesic, anti-inflammatory and antipyretic use. The high consumption of DCF justifies the fact that it is frequently found in the aquatic environment, endangering non-target species that live there and end up being in permanent contact with it throughout their lifetime, causing them to cause physiological damage and jeopardizing trophic chains. In the present work, the ecotoxicological effects of DCF in Hediste diversicolor marine species were analyzed. The species were exposed to DCF in a semi-continuous and chronic assay (28 days) with environmentally realistic DCF concentrations DCF (0.5, 1 and 2 μg/L). Stress oxidative biomarkers were analyzed - Catalase (CAT) e Glutathione S-Transferase (GSTs) - as well as a lipid peroxidation biomarker - Thiobarbituric Acid Reactive Species (TBARS). The results of this work show that DCF does not interfere in CAT activity, but it has increased significantly de GSTs activity for concentrations of 1 and 2 μg/L. As for the TBARS, DCF decreased its activity in all concentrations tested. Therefore, the hereby results suggest that DCF induced an oxidative stress scenario in Hediste diversicolor species, but the protective mechanisms activated prevented membrane damage.porAINECatalase (CAT)Glutationa S-Transferases (GST)Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)EcotoxicoloyNSAIDCatalase (CAT)Glutathione S-Transferases (GSTs)Tiobarbituric Acid Reactive Species (TBARS)Análise dos efeitos do diclofenac em concentrações ambientalmente realistas em Hediste diversicolor através de biomarcadores de stress oxidativo e peroxidação lipídicamaster thesis202666140